Posts tagged ‘Sexo na gravidez ‘




Não sou uma grávida alienígena

Tive um certo receio de publicar o post anterior (sobre minhas encanações e limitações na hora do sexo). Achei que seria apedrejada. Daí pensei: “sou anônima mesmo, vão jogar pedra no vazio”. Tem sido um alívio ler os comentários. Quantas mulheres passam e passaram (passarinho e passarão) por situações parecidas! Depois de ver (ler) a reação da maioria, me senti menos só, menos alienígena, anormal, esquisita, freak. Obrigada a todas (os) pela sinceridade!

20 comentários 23/10/2009

Método de alargamento para o parto natural

Que fique claro que isso foi ANTES da travada. Aliás, bem antes (ou seja, não foi isso que causou a dor na coluna). Na cama, num momento raro de sexo selvagem durante a gravidez (lá pelo final do 7.o mês de gestação), eu de barrigão para cima e meu marido em cima, todo empolgado numa performance que quase me fez esquecer minhas formas atuais. Tentando me sentir pelo menos um pouco sexy, fixei bem o olhar no rosto lindo do meu marido e procurei não abaixar os olhos para o meu corpo.

Lembra de como você sempre achou uma delícia fazer isso. Concentra em como esse homem é gostoso e apaixonado por você. Finja que não tem uma barriga enorme, dois peitos soltando colostro e um par de pães pés inchados. Ignora suas toneladas a mais,mulher.  Aproveita!Vai saber quando é que vocês vão ter tempo e ânimo pra isso depois que o bebê nascer e a vida for uma sequência de noites mal-dormidas, fraldas sujas e visitas ao pediatra.

Já tinha acatado a ordem da sexóloga Marta Suplicy e estava no maior clima “Relaxa e Goza”, aproveitando cada momento do rala e rola com o maridão, quando senti um chute bem no meio da barriga e uma cabeçada na altura da bexiga. Instintivamente olhei para a barriga.

(Sabe nos filmes e desenhos animados, quando tem alguém no alto de um prédio ou penhasco e dizem para não olhar para baixo? Daí a personagem olha para baixo, é tomada pelo medo e acaba despencando? Foi mais ou menos assim.)

Olhei para baixo e houve um efeito especial instantâneo: sumiu música, desapareceu tesão, perdi o rumo. A cada cutucada do bebê, menos vontade eu tinha. E o bebê não parava de mexer. Meu umbigo subia e descia como se fosse um balão sendo inflado e esvaziado. Marido percebeu, é claro, e perguntou se estava tudo bem.

Apontei o calombo na barriga, ele riu (sem parar o que estava fazendo).

– Será que ele tá sentindo alguma coisa?

– Deve estar gostando do balanço, né?  – respondi.

– É isso aí, filhão. Aprenda com o papai! Já vai nascer sabendo das coisas.

Depois de uma conversa dessas, quem é que continuaria o sexo como se nada tivesse acontecido?

Resposta óbvia: um homem, é claro.

Eu já tinha perdido o interesse, só conseguia prestar atenção nos movimentos do bebê, que parecia ainda mais empolgado depois do papo com o pai. Marido percebeu:

– Não quer mais? Quer que eu pare?

– Ah, eu não consigo me concentrar com o bebê chutando assim…

– Se você quiser eu posso continuar. Assim vou alargando tudo aqui embaixo pra facilitar quando o bebê for sair.

Aí foi o fim, né? Comecei a rir, ele riu mais ainda, deitou do meu lado e foi aquela gozação. Mas não no sentido sexual da palavra.

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Sexo na gravidez

-> A não ser que haja alguma razão específica, os médicos liberam o sexo durante toda a gravidez. Alguns podem recomendar que não haja relação sexual a partir do oitavo mês, mas isso varia.

-> Algumas grávidas tem muita vontade de fazer sexo. Outras perdem totalmente o interesse. Isso também varia. O que não varia é a mania que as grávidas ninfomaníacas tem de ficar falando sobre como ficaram taradas durante a gestação.

-> Até uma certa fase, a posição de “conchinha”, com papai e mamãe deitados lado a lado (papai atrás da mamãe) é muito confortável. Depois o barrigão pode incomodar. Papais com braços fortes conseguem ficar por cima até o final da gestação (mas precisam ser realmente sarados, pois precisam apoiar todo o peso em seus braços, para não apertar a barriga da mamãe). Outra posição possível é a mamãe por cima, esmagando o papai (é ótima, pois assim papai tem a chance de descobrir como é que a mamãe normalmente se sente e decide fazer um regime).

-> Os médicos dizem que um pouquinho de sangramento ou dor após a relação é normal.

27 comentários 20/10/2009

Ministério da saúde da gestante adverte: não grite com o potinho

Na montanha-russa de sensações da gravidez há umas descidas apavorantes, que parecem não ter fim. Mas eu achava que o percurso recheado de ladeiras havia terminado no primeiro trimestre. Não. Enquanto a bagunça dos hormônios durar, certamente haverá razões para me esvair em lágrimas. Hora seguidas, com pausas de alguns segundos para assoar o nariz e respirar. Litros de lágrimas derramados mesmo quando ninguém consegue enxergar qual é a razão para tanto choro e nem eu mesma sei apontar algum motivo concreto. Por que

peito e bundas imensas; coxas alargadas; incapacidade de dormir uma noite inteira sem acordar para fazer xixi; falta de sexo; não alcançar os dedos dos pés; pernas inchadas; flatulência; manchas no rosto; preocupação constante com a saúde e o desenvolvimento do bebê; nove quilos a mais para carregar; medo do parto; pavor de hospital; ansiedade pela chegada do bebê; insegurança em relação ao desempenho como mãe; medo de não poder /saber amamentar; pavor de sentir dor; perda do equilíbrio; ameaça de gripe suína; cãimbras; gravidez com fortes restrições orçamentárias; prisão de ventre; inabilidade para fazer tudo o que fazia antes com a mesma rapidez e eficiência; dores nas costas; entre outros…

não são exatamente motivos para uma pessoa chorar. São?

Certamente foi o grito com o potinho que provocou esse derramamento infindável de lágrimas. Por que quando ele pergunta O que foi? e eu respondo sinceramente: Não sei, não é nada, é tudo, ele não acredita e não entende:

– Mas você ainda está assim por que eu gritei com o potinho? Amor…para de chorar.

E quando alguém diz pra eu parar de chorar, por que é que eu choro mais ainda?

Melhor seria conseguir parar de chorar e dizer algo como:

– É, eu fiquei com dó do potinho.

Pelo menos faria algum sentido. Haveria uma razão visível. A verdade é que tinha sido um dia muito feliz. Havia conversado com amigas reais e virtuais, tinha tomado um bom café da manhã. Não estava mais tão frio e o sol aparecera para finalmente secar a roupa do varal. Meu bebê havia recebido uma dúzia de roupas novas e lindas da vovó e eu estava animada com a festa de aniversário do meu irmão. Mas uma nuvenzinha havia me acompanhado o dia todo, tentando nublar o dia ensolarado. Primeiro fingi que não vi. Depois balancei a cabeça e liguei o ventilador, tentando dissipá-la. Ainda estava um pouco impressionada com o relato de uma amiga que teve um parto meio sofrido e difícil. Estava aliviada por saber que ela e o bebê já estavam bem, em casa, em segurança, mas de alguma forma aquela história havia deixado uma manchinha de tristeza na minha alma branquinha de gestante feliz de propaganda do Omo Dupla Ação.

E a tal nuvenzinha foi crescendo e se aproximando cada vez mais. Na TV, uma notícia sobre um recém-nascido jogado no lixo e uma grávida que morreu de gripe suína. Outra amiga que teve nenê há três meses liga e reclama pelo telefone que o marido não está ajudando em nada, que ela está enlouquecendo, que o bebê ficou doente, não havia leite suficiente, que ela não dorme direito há duas semanas. Entre os e-mails está a notícia de que o novo contrato de $erviço que eu esperava fechar esta semana não deu certo (e eu contava com a grana para comprar um berço novo, em vez de aceitar aquele móvel que já tem uns sete anos de uso e a a sogra cisma em oferecer duas vezes por semana).

Então no meio dessa ameaça de temporal, o marido chega para jantar. Me atrapalhei com o horário mais uma vez e nada está pronto. Ele disfarça, finge que está tudo bem, mas claro que ficou chateado. Fiquei muito mais que ele.

Quando foi que eu me tornei tão incapaz de administrar uma casa e organizar tarefas tão simples quanto cozinhar uma panela de arroz e grelhar um bife?

Tenho vontade de sentar e chorar, mas seguro. Me sinto feia, gorda e não vou ganhar dinheiro nenhum este mês para ajudar com as contas. Será que nem a droga do jantar eu posso servir no horário para colaborar com quem estava ralando lá fora o dia todo para que eu pudesse ter minha gestação em paz? A nuvem se aproxima.

O jeito carinhoso dele me deixa ainda mais triste. Eu não faço o jantar e ainda ganho beijo. Eu sou péssima. A nuvem cresce.

E ele está com cara de quem enfrentou um dia péssimo no trabalho. Mas não fala nada, não reclama. A barreira de segurança para manter a grávida fora da rede de notícias sobre o ambiente profissional carregado de nervosismo e cobranças foi erguida e ele não ousa atravessá-la, para o bem da mamãe e do bebê. Muito protetor, muito lindo. Mas nem sendo assim tão cuidadoso, encontra o jantar pronto na hora certa. Eu sou péssima. A nuvem está quase tão gorda quanto eu.

Ele disfarça, diz que tudo bem, que vai comer qualquer outra coisa e apanha um potinho de amendoim no armário.  O potinho cai no chão e os amendoins vão parar em todos os cantos da cozinha: embaixo da geladeira, do fogão, da mesa.

– CARALHO, QUE PORRA DE POTINHO MALDITO!!! OLHA SÓ QUE SUJEIRA!! QUE MERDA!!!

A tempestade cai sobre minha cabeça. Começo a chorar e não paro mais. Sei que os gritos não são comigo. Sei que os palavrões não são para mim. Em qualquer outra ocasião eu teria abraçado esse homem tão maravilhoso e dito: “ei, o que há, se abre comigo, o que tá acontecendo?”

Por que eu sei que se um frágil potinho consegue provocar tamanha ira,  alguma coisa está errada. Talvez no trabalho. Talvez na conta bancária. Talvez sejam os mesmos motivos que têm me feito perder o sono nos últimos meses: será que vamos dar conta de cuidar direito deste bebê? Estamos preparados? Teremos dinheiro suficiente? Seremos bons pais? Algum dia faremos sexo selvagem como antes?

Mas a barreira de proteção em volta da gestante sensível não permite que um homem tão forte tenha dúvidas ou medos. Muito menos problemas no trabalho ou com a conta bancária. Ele nunca diz nada, não reclama, não procura minha ajuda. Então acaba sobrando para o potinho. Mas os gritos desencadeiam uma sequência de raios e trovoadas e o temporal desaba.

– O que foi? Por que tá chorando?

– Não sei. Não é nada, é tudo. Assustei.

– Amor, é só um potinho…não precisa chorar.

E a enxurrada me carrega ladeira abaixo. Lavar o rosto e pensar em outra coisa ajuda por algumas horas e funciona como uma rolha para bloquear a torneira de lágrimas. Mas assim que ele adormece ao meu lado, convencido de que o ataque de choro passou, levanto e me arrasto até o sofá.  Choro até cochilar, então acordo e ainda estou perdida no meio daquela nuvem escura. Sinto o bebê mexer e digo a ele que está tudo bem. Mas ao escutar minha voz tremida começo a chorar de novo. Lembro do dia em que conheci aquele homem lindo, o começo do namoro, o casamento, a decisão de ter um filho e logo me vem a imagem do parto..snif..a ameaça da gripe suína..chuif… medo de morrer no hospital,…snif.. de não saber amamentar..chuif..de nunca mais emagrecer… de não ser uma boa mãe…chuif..snif… de não ter dinheiro para pagar uma boa escola…essa porcaria de sistema público de ensino…e a gente paga tantos impostos…será que vai faltar dinheiro este mês?…snif…chuif…eu perdi aquele contrato…li hoje sobre o preço das vacinas…não queria aquele berço velho…será que meu bebê vai ser saudável?…buááááááááááááá

Não sei se foi a dificuldade para respirar enquanto chorava ou se foi o desconforto do sofá: logo estou cheia de ondas de gases que circulam pelo meu corpo e não encontram a saída. São como grandes agulhas que penetram minhas entranhas. A cada movimento do bebê a situação piora. Abro a porta e vou caminhar no quintal, no meio da madrugada, mão acariciando a barriga.  A luz da varanda projeta minha imagem gorda e descabelada na parede. Sinto os nós do tecido da calcinha de algodão extra G por baixo da camisola imensa e confortável. Um arroto. Uma lágrima. Outro arroto. Muitas lágrimas. A noite fria, o silêncio (menos na hora dos arrotos, é claro), a solidão. Como foi que eu vim parar aqui????? Buáááááááááá

Ah é…foi culpa do potinho.

34 comentários 26/08/2009

Menino, menina…ou cachorrinho?

Qual o sexo do bebê?

Depende da posição…

cachorrinho

9 comentários 28/06/2009

(Falta de) Sexo na gravidez

Tirem as crianças da frente do monitor que hoje o assunto é SEXO.

Neeeeem adianta se animar, colega, sossega o facho por que,  na verdade é sobre falta de sexo. De falta de vontade de fazer sexo. Broxante, né?

SexoNaGravidezJá ouviu falar naquela história de que mulher grávida vira ninfomaníaca, ataca o marido (ou seja lá quem for) duas ou três vezes por dia? Meu marido já ouviu e acreditou. Tadinho, mas logo descobriu que é tudo lenda. Tenho até uma teoria de como tal lenda surgiu: foi inventada por uma mulher que queria muito engravidar, mas o marido não estava de acordo. Para convencê-lo, ela mentiu e afirmou que gravidez aumenta a libido da mulher. Claro que o marido topou na hora ter quantos filhos ela quisesse parir.

Pior é que o cara deve ter cobrado isso da mulher a gravidez toda. Pior nada. Bem feito pra danada, que teve de pagar caro pela invenção. Infelizmente, as outras grávidas que sucederam aquela mentirosa cara-de-pau também pagaram a conta e continuam pagando até hoje. Como eu. Aliás, não como (se é que você entende * risadinha maliciosa *).

Como toda regra, claro que há exceções e imploro a elas que não se manifestem. Sejam solidárias à grávida assexuada que vos escreve e não entupam minha caixa postal com histórias pervertidas de como transaram como doidas durante a gravidez. Contar dinheiro na frente de pobre é maldade.

Meu marido apareceu aqui semanas atrás com uma revista Pais&Filhos, todo sorridente. Estava achando tão lindo, romântico e fofo ele lembrar de mim e trazer presente quando o tarado apontou uma das chamadas de capa da revista: “Pesquisa revela que gestação pode ser afrodisíaca”. Pedi para ele concentrar na palavra principal daquela frase. “Hmmm…hehehe…afrodisíaca?”, perguntou, já me agarrando. “Não“, empurrei o afoito. “A palavra-chave aqui, cara-pálida, é PODE. Isso quer dizer que nem sempre é assim. Aliás, quase nunca é. Pode e não pode ser, entendeu?”. Não gostou, mas entendeu. A reportagem foi a derradeira tentativa de despertar em mim o desejo tarado de transar enlouquecidamente durante a gravidez. Falhou, como todo o resto (melhor não entrar em detalhes sobre  todo o resto, fico vermelha só de lembrar).

Ô, dó! Imagino o que meu amado está passando. Desde que casamos a coisa sempre ferveu. Apaixonados de corpo, alma e chantilly. Tarada por ele, ele por mim. Aqui ninguém nunca havia passado vontade. Era um tal de fazer matinê e depois repetir à noite. Perdi as contas de quantas vezes um acordou o outro no meio da madrugada (e quem era despertado nunca reclamava).

Mas atentem para o tempo verbal: “ninguém nunca havia passado vontade”. Agora tem alguém que passa vontade todo dia. E não sou eu (se é que você me entende *risadinha irônica*). Fingir que tô a fim, não finjo. Não tenho vocação pra atriz, muito menos do estilo pornôgravidezsexo.

Fiquei preocupada com a queda repentina de interesse por sexo, ainda mais que estava contaminada pela noção errônea de que as grávidas são ninfomaníacas. Passei as primeiras semanas inteiras esperando baixar em mim essa sanguessuga sexual de marido e nada. “Baixa neste corpo que te pertence, sua tarada barriguda”. Nada. Comprei lingerie nova, acendi velas cheirosas, vi filme erótico. Nada. Ne-nhu-ma vontade de por isso naquilo e aquilo naquela outra. Daí coloquei lá na listinha de coisas que não podia esquecer de perguntar pra médica na segunda consulta: “Por que eu não tenho mais vontade de dar para aquele homem lindo, gostoso e apaixonado, que eu amo tanto? Me salva, doutora!”

Mais uma vez minha paciente médica (entendeu o trocadilho? paciente…médica..ai que bobagem..) abriu um sorriso compreensivo e carinhoso. “Seu corpo, sua mente, seu coração, você inteira está voltada para uma única missão: gestar um novo ser. É normal não sobrar espaço para nenhum outro interesse na sua vida. Sem falar na confusão hormonal que acontece.” Ela explicou ainda que essa história de grávida ninfomaníaca não é tão verdadeira quanto as pessoas pensam, depende muito de cada mulher, do quanto a gravidez foi desejada, de fatores psicológicos, físicos, dos hormônios, etc. E jurou que relatos como o meu são muito mais comuns no consultório dela. (Ahá, mas claro, né, só faltava alguém chegar no consultório reclamando que não aguenta mais tanta vontade de fazer sexo…)

Além do mais, lembrou que no início da gravidez é praticamente impossível ter desejo em meio àquela confusão de náuseas, sonolência, dor nos seios, enjoos, mau humor, vontade de chorar, fadiga. Quando tudo isso passa, a barriga já cresceu e aí vai ficando cada vez mais complicado achar posição confortável, agir com naturalidade, aceitar que a cinturinha desapareceu e se sentir sexy na calcinha tamanho G (100% algodão). calcinhaextraG


Claro que meu marido entendeu tudo, por que é compreensivo e apaixonado. Mas, em todo caso, invoquei a sagrada promessa do passado: “Fiel na tristeza, na alegria, na saúde, na doença… viu, amor? Em nenhum momento foi prometido algo como ‘farás sexo durante a gravidez’, né?” Ele entende e respeita minha falta de vontade. Assim como entendo o que ele está passando. A gravidez me deixou com muito mais peito, bunda, coxa. Imagina só a situação: o playground foi reformado, parece tão mais colorido e divertido, e ele não tem direito de brincar? Sacanagem, né? Ahá, bem que ele queria que fosse sacanagem. Mas não rola. Hoje pelo menos, não.

Dá pra contar nos dedos da mão esquerda quantas vezes transamos nos últimos quatro meses. Por um lado é bom, por que assim a mão direita  fica livre pra fazer por ele o que eu não faço (se é que você me entende) Nas poucas vezes que tive vontade, não aproveitei como merecia. Fiquei com medo. EU SEI. EU SEI. Não precisa dizer que não tem perigo para o bebê, a não ser em casos específicos, por ordem médica, no final da gestação (por que estimula contrações), blá blá blá. Também li sobre o assunto. O lado lógico do meu cérebro sabe de cor essa lição sobre como sexo na gravidez é saudável, permitido, etc. Mas só na teoria. Na hora da prática fico tensa toda vez que lembro do bebê. Bobagem? Pode até ser, mas na hora não parece. Bem que eu quero, mas não rola um “relaxa e goza”, Marta Suplicy!

Talvez isso mude mais pra frente (prometo que conto aqui se me transformar numa grávida tarada uivando na noite de lua cheia) Mas até lá, a coisa funciona da seguinte maneira:cadeado

-> Muito banho frio (pra ele, não pra mim,né?)

-> Não deixo a mulherada safada e tarada (e não-grávida, portanto) do escritório do marido saber da fase “seca” dele. Lá já fiz questão de divulgar o quanto fiquei insaciável depois que engravidei.

-> Evito sempre que possível que o marido tenha acesso a pesquisas e reportagens que incentivam a lenda da grávida ninfomaníaca. Sem acesso ao Google até o bebê nascer, portanto.

-> Matriculei o marido numa academia  pra ele gastar bastante energia lá e ficar tão exauso e desinteressado em “exercícios físicos” quanto eu. (Pesquisei antes e descobri um horário “seguro”, sem mulheres lindas-suadas-malhadas-disponíveis, por que aí o tiro sairia pela culatra, né? E não seria pela minha culatra, então não pode.)

-> Proibi o marido de ler o blog da LuBrasil, por que se ele vir as fotos do Dia dos Namorados de lá vai achar que toda grávida deve usar lingerie vermelha e fazer sexo selvagem. Como, por enquanto, aqui em casa isso é lenda, melhor restringir o acesso. Em todo caso, se ele acessar o blog,  vou apelar para a teoria de que o casal Brasil não é real, bom demais pra ser verdade. Ou que a Lu é mentirosa compulsiva. Ou que lá no Pará é diferente do resto do país, lá as grávidas transam. (não, essa não é boa, por que ele vai querer mudar pra lá e eu vou morrer de saudade de mainha..)

-> Comprar jogos novos para o Wii e o Playstation pra ele ter com o que brincar enquanto meus brinquedos estão fechados pra balanço

-> Liberar os amigos pra assistir a todos os jogos de todos os campeonatos (até o varzeano) aqui em casa, com direito a salgadinhos, cerveja gelada e muita bagunça.  Assim os amigos retornam de madrugada pra suas casas, totalmente bêbados e fedidos e no dia seguinte meu marido não é o único a reclamar que não transou com a mulher.

40 comentários 23/06/2009

Bonita por dentro e feia por fora? Vire do avesso!

hamburguer

O pai assistiu ao parto natural do próprio filho e perdeu o tesão pela mulher. Ao explicar o que sentia, fez a gastronômica e bovina comparação: “É como visitar um matadouro e, em seguida, sair para comer um hambúrguer”.  Depois de ler esse depoimento nada animador na revista Pais e Filhos que meu marido me deu de presente, comecei a me preocupar com o assunto. Será que é uma boa idéia meu marido entrar na sala de parto para ver sair o que ele colocou lá dentro? O problema é que vai sair bem maior do que entrou! E se nunca mais ele quiser comer meu hamburguer???! E se ele virar vegetariano!?

Dei o texto para ele  ler antes de iniciar um monólogo sobre os meus medos. Fiz um verdadeiro tratado sobre gravidez, grávidas, parto, sexo. Utilizei experiências de amigas e coisas que havia lido na internet. Do parto normal, passei a falar da cesárea. Pior ainda, por que vão me abrir e você vai ver tudo por dentro, tripas, sangue…argh! Isso não é nada romântico!  Olhos nos olhos, voz macia, ele respondeu apenas:

– Mas meu amor… eu amo você pelo que você é por dentro!!

11 comentários 20/05/2009

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